sábado, 17 de dezembro de 2011

Papai noel ou Natal

Papai Noel ou Natal? Na verdade, uma coisa não tem nada a ver com outra! Parece-me que há uma confusão: misturar Papai Noel com o Natal? Os homens confundem tudo! Por isso o mundo vai tão mal! Vejam esta pequena história
 - Oi, Vô! Quem te deu este relógio de ouro puro? - Papai noel! - E as viagens pelo mundo, e os carrões, e a mansão? - Papai noel. - Papai noel é rico? - Eu sou rico! Eu posso comprar tudo o que desejo: posso viajar, promover festas, “bagunçar”, esbanjar, enfim, posso fazer tudo. - E foi o papai noel quem te proporcionou tudo isto? -Foi! - E quem é o papai noel? - A mídia, os clientes, os fregueses, os pais, e, sobretudo, as crianças, são o meu papai noel. - Não entendi! - Com efeito, a mídia mostra, as crianças pedem, os pais compram e as minhas empresas faturam! Já observaste, netinho, quantas milhares de pessoas procuram as minhas lojas? Pessoas grandes, pessoas pequenas, pobres... Tem gente de todo o tipo! Eu até acho graça: tem gente que compra “fiado”, que tira do banco o que não tem, só para agradar alguém, que, às vezes até é rico e, claro, vai rir também. - É! Eu conheço gente assim. Tenho amigos na escola que são assim: os pais dizem que o papai noel comprou, mas depois coçam a cabeça porque não encontram dinheiro para pagar! - Então: estás vendo? Não é como eu te disse? - Mas é para o senhor que eles ficam devendo. - É sim! - E o senhor vai cobrar deles? - É claro, eles são o meu papai noel! - Mas, muitos deles não tem dinheiro nem para pagar a padaria... - Eles se arranjam! Pobres sempre se arranjam. - O senhor já viu falar de Jesus? - Já ouvi falar, mas não me interessei em conhecê-lo. - Por que? - Ele fala de pobreza, de penitência, de oração, de perdão! Coisas desinteressantes. - Ele fala de um Reino Novo! Ele fala do Reino dos Céus! - Balelas! Ele é contra mim. - Ele é Deus e tem amor! - Amor, bondade, caridade, isso só esvazia o meu cofre. - E para que o senhor quer um cofre cheio? - Status, netinho, status! - Status enche a barriga? - E como enche: minha barriga vive cheia! Afinal, o status faz com que muitos me rodeiem, me idolatrem, me ofereçam banquetes e ceias de luxo. - Mas o senhor não precisa que os outros ofereçam isso! - Mas me sinto bem: os outros pagam e eu fico cada vez mais rico. - O senhor gosta do Natal? - Sim! Exatamente por isso: festas, ceias, viagens... - E Jesus? - Este é para a pobreza! - Mas é por causa Dele que existe o Natal! Por causa Dele que o senhor fica rico. - O Natal sim, existe por causa dele. Mas as festas, o luxo, os banquetes não são por causa Dele! - De quem? - Dos magnatas, dos que planejam, dos que visam a prosperidade, a riqueza. É por causa destes! - E Jesus, fica de fora? - Na verdade, sabe netinho, Jesus ficou de fora por causa dos tolos! - Eu sou um tolo? - Claro que não! Eu estou falando dos que acreditam em papai noel. - Eu acredito em Jesus, no Papai do Céu, e sabe o que eu peço a Eles? - O que? - Que o senhor ganhe o maior dos presentes! - Qual? - O abraço de Deus! Que o senhor perceba nos outros, a presença de Deus, que o senhor perceba o quanto Deus faz pelo senhor... - Por mim? - Onde o senhor acha que os pobres encontram razões e forças para comprar presentes? - Na mídia! - No amor, vô! No amor!As pessoas compram por amor às crianças, aos queridos. O amor, vô. E o amor vem de Deus! Amor é coisa de Deus! Portanto, Deus ajuda o senhor! - Que estranho! Eu nem conheço Deus! - Mas Ele conhece o senhor. E é muito triste! - O que é triste? - Deus ajudar o senhor! - Ele ajuda se quer! - Ele ajuda, para que o senhor possa ajudar os outros! - Os outros que trabalhem! - O senhor pensa que é importante, que é rico, que tem poder, mas isto não é verdade: os pobres são mais ricos do que o senhor! - Como assim? - Todo o dinheiro que o senhor ganha vem deles: o senhor não teria poder se eles não existissem, não ficaria rico sem eles. Se não fossem os pobres! Tudo depende deles. - Tudo isto eu sei! - E não coça a cabeça com dor na consciência? - E por que eu faria isso? - Por causa do amor, do qual eu falava antes. Amor, vô, amor! - Você fala como um catedrático: como se eu fosse um ignorante! - Não sou catedrático e o senhor não é ignorante, mas eu preciso dizer: o senhor não é sábio! - Não sou ignorante, mas não sou sábio! Como pode ser isso? - O senhor é “vivo” com relação a ganhar dinheiro, mas é “tolo” por não saber dar o destino certo a ele. Eu não sei muitas coisas, mas sei que o fruto do trabalho, da luta de tanta gente que alimenta o senhor, não pode simplesmente ficar trancado em um cofre onde a ferrugem e as traças vão destruí-lo! Cuide-se vô, para que as traças também não te destruam! Eu, pessoalmente, vou pedir a Jesus um grande presente. Não vou pedir ao papai Noel, pois ele não existe! Vou pedir para Jesus que existe! Vou pedir para que o senhor não se corroa a si mesmo, e que encontre neste teu coração a verdadeira razão para viver: o dividir, o repartir, o partilhar, enfim o amor, que o senhor, infelizmente, desconhece. Até amanhã, vô! Sabe onde estou indo agora? - Onde? - Na casa da tia Nita, a tua irmã. E sabe o que vou fazer lá? Levar para os meus primos, um pouco de pão, e algumas balas, já que a tia Nita não tem dinheiro para comprar alguma coisa para os seus filhinhos, neste Natal! Mais uma coisa, Vô: antes de desperdiçar o teu dinheiro em “ ridicularidades”, pense, porque eu acho que cérebro o senhor tem, então pense: Quem sou eu? Quem são os “outros”? E, quem sabe, Vô, o Jesus da Manjedoura, não te dá uma resposta? Feliz Natal, Vô! E obrigado pelo presente que me deste. - Que presente? Eu não te dei presente! - A tua presença, Vô! É tão bom viver a presença da família! Feliz Natal a Todos!
Cláudio Heckert
Arnaldo pergunta: Será o último Natal?
Aproveitem-no bem! Em família!

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